5 de novembro de 2014

AS AVENTURAS DO CARDEAL/Aníbal Pereira Reis. Edições Cristãs. Ourinhos. 2003.

O autor é um ex-padre. Após deixar a batina transformou-se em ácido crítico à Igreja Católica Apostólica Romana. Por isso, sofreu perseguições por parte de um aquilatado Cardeal Brasileiro que acabou no alto escalão no Vaticano.  Composto por 62 páginas, As aventuras do Cardeal trata de 10 pequenos textos sobre um membro do colégio cardinalístico brasileiro, onde expõe assuntos atualíssimos como a relação homoafetiva dentro do clero. Apesar de afirmar tratar-se de nome fictício usado para identificar o Cardeal no texto, nota-se claramente que trata-se de uma artimanha utilizda para livrar-se que um processo na justiça. O Cardeal do primeiro texto leva a crer ser o mesmo em referencia em toda a obra. Denuncia o nefasto condicionamento psicológico exercido aos alunos seminaristas através de uma propaganda antiprotestante. Nefasta! A falta de de caráter e ética o levou a copiar ipsis literis obras de outros padres italianos limitando-se em escrever apenas a introdução e publicá-las como de sua autoria. Isso é plágio!, assevera o autor. Enfim, a obra de Aníbal Pereira Reis é na verdade uma lavação de roupa suja em público através do livro. 

28 de agosto de 2014

QUAIS OS DESAFIOS DOS TEMAS TEOLÓGICOS ATUAIS/José Comblin:- Paulus. São Paulo. 2005.

O autor inicia seu trabalho com uma frase de Eric Hobsbawn: "o século XX foi breve". Iniciou com a Guerra de 1914 terminando com o fim da URSS em 1991, acabando a polarização de blocos: socialista e capitalista. Nasceu mais um Império, EUA. Como o Romano e o Carolíngio recebeu as bençãos da Igreja. Tais reflexos já são sentidos em 1997, quando o Sínodo dos Bispos - Assembléia Geral para a América Latina, convocado por João Paulo II deleta os bispos que haviam feito a opção pelos pobres. Essa é a Igreja tradicional para a qual o Céu está destinado às suas ovelhas e o Inferno ao resto da humanidade. Carece de uma pluralidade, segundo o autor, por exemplo, como aconteceu com a filosofia grega, abrir suas portas para o mundo. Ao enfocar a revelação trás uma proposta de reinício com cristianismo primitivo reavaliando dogmas e propostas Conciliares. Por outro lado, a questão dos catecismo onde batizar é mais importante que evangelizar, onde é apresentado aos cristãos o Deus de Moisés poderoso, longe do Deus do Cristo. Sobre Este levanta uma questão interessante: messias ou profeta? Se messias, está decretado fim da história dos judeus, se profeta foi ignorado sua vida humana. Aborda a participação de Deus (Pai) na morte do Jesus (Filho), onde a vê Ressurreição não como recompensa, mas parte do processo profetizado. Ao abordar a eclesiologia mostra uma igreja prisioneira de uma administração centralizada, que não é controlada, mas que a tudo controla em subserviência às regras burocráticas. Em efeito cascata, desde o Santo Padre até o padre do "fim do mundo". Prova é o que a burocracia (comandada pelo Cardeal Ratzinger) fez com a Igreja Latino-americana rotulando a Teologia da Libertação como marxista. Critica um catecismo colocado como o bastante substituindo a missiologia (missão). Quando reporta a bioética exemplifica a posição de Paulo VI condenando todos os métodos não "naturais" de contracepção, aborto, eutanásia, fecundação artificial, pílula day after afugentando fieis do mundo todo; como o desprezo à Teologia da Libertação e a perseguição ao clero a ela adepta, colocando os pobres latinos-americanos nas Igrejas Neo-pentecostais . Faz uma abordagem sobre a Teologia da Criação a partir da consciência da finitude da natureza, que despertou nos teólogos a necessidade de discutir a ecologia; seguida dos movimentos de auto-ajuda tomando como pedra angular a proposta holística - integração harmoniosa na totalidade da natureza -. No último capítulo - Sinais dos tempos - alguns questionamentos: Que tipo de cristianismo a burguesia vai instalar na Igreja? Por acaso já houve uma época em que as elites dominantes e as burguesias viveram uma vida evangélica, evangelizaram as massas populares ou se lembraram dos pobres? Se a Igreja por ventura triunfasse tornando-se a primeira força política, econômica ou cultural da América latina, o que faria com esse poder? Uma vez que a Igreja tiver acumulado um grande poder temporal, como vai fazer para conquistar consciências? Muitos relatos, Muitas perguntas (Royalties a Bertold Brecht). 

ESPIRITISMOS: limiares entre a vida e a morte/Maria Ângela Vilhena. - São Paulo: Paulinas,2008.

Espiritismos: Limiares entre a vida e a morte é um livro contextuado na coleção Temas do Ensino Religioso, editado por uma editora Católica. Surpreendente. Utiliza-se da palavra Espiritismos, no plural, em função de a obra procurar desvelar, no sentido de tornar visível, a pluralidade brasileira de que os mortos podem viver, isto é, para esses segmentos não há como no catolicismo a ressurreição e sim a reencarnação que ocorre de maneiras sucessivas em busca da evolução do espírito, que, encarnado, recebe a nomenclatura de alma. Essa evolução do espírito está ligada a uma responsabilidade da alma que é a reforma íntima. Também historiografa  dentro de uma competência extraordinária o Espiritismo, palavra designada por Allan Kardec para aqueles que seguem a Codificação por ele produzida. Faz uma análise do porque da aceitação do Espiritismo pela elite brasileira do séculos XIX e XX. Finalmente, apresenta s tendências doutrinárias no universo espírita e espiritualista brasileiro. Um livro imparcial com indicação para os evangelizadores católicos, mas, também às demais religiões presentes no país, bem como àqueles que gostam de uma excelente obra dentro desse eixo temático.

5 de agosto de 2014

A SIMPLICIDADE CRISTÃ espíritas e católicas/ organizado por Eurípedes Veloso. Goiânia-GO. FEEGO, 2014

Este é o quarto volume publicado pela Federação Espírita do Estado de Goiás – FEEGO pelo Projeto Memória Espírita do Estado de Goiás. Organizado pelo professor Eurípedes Veloso de Matos, a obra dá enfoque aos Centros Espíritas cujas origens estão ligadas ao interior. O obra toma como referencia a Casa do Caminho e os primeiros Cristãos. Histórica e geograficamente perfeito. O caminhar da doutrina pelos sertões de Goiás - de sua entra a tempos recentes. Um livro obrigatório nas estantes de irmãos estudiosos da doutrina.

Projeto Memória Espírita do Estado de Goiás

Já publicados:

Voluma 1. Os primórdios do Espiritismo em Goiás
Volume 2. Raízes Espíritas - região metropolitana
Volume 3. 100 anos depois... Kardec em Goiás
Volume 4. A simplicidade Cristã - espíritas e católicos

FEEGO - Federação Espírita do Estado de Goiás.

    

9 de abril de 2014

MEMÓRIA ESPÍRITA DO ESTADO DE GOIÁS, Airton Veloso e Eurípedes Veloso – Goiânia: FEEGO (Federação Espírita do Estado de Goiás).

A História Tradicional reivindicou dos historiadores a reconstituição dos acontecimentos de maneira linear, até que, Marc Bloch e Lucien Febvre, no século XX, lançaram-se no combate a essa propositura pelo que chamaram de História-problema, onde as fontes precisavam ir além de suas simples transcrições, em sua inquirição de maneira crítica, dando-lhes interpretações sintonizadas com hipóteses de trabalho previamente formuladas. No início da década de 70, do século passado, historiadores como Jacques Le Goff, Pierre Nora, George Duby, Philippe Áries, entre outros, propuseram explorar a interdisciplinaridade, aliás, apregoada desde os primórdios dos Annales, onde fontes históricas passaram a constituir-se de vestígios de todo tipo, desde fotografias, textos médicos, cartas das mais diversas, ilustrações em revistas e jornais, textos literários, biografias, testemunhos, tudo o que possa auxiliar o historiador como forma de reconstrução de traços de um passado, ao tempo em que, revele marcas de um presente do qual se venha partir. Nessa linha, os historiadores e professores Airton Veloso e Eurípedes Veloso, propuseram a trabalhar no Projeto Memória Espírita do Estado de Goiás, com o objetivo de “um resgate histórico do desenvolvimento da Doutrina codificada e anunciada por Allan Kardec, em especial quanto à sua vivência em terras goianas” contanto com o apoio da Federação Espírita do Estado de Goiás. Presentes estão os três primeiros volumes: Os Primórdios do Espiritismo em Goiás, 2010 / Airton Veloso e Eurípedes Veloso; Raízes Espíritas – região metropolitana, 2012 / Airton Veloso e Eurípedes Veloso e, 100 anos depois... Kardec em Goiás / Eurípedes Veloso, 2013; e, com certeza outros virão. Obras necessárias a todos aqueles que estudam ou simpatizam com a doutrina espírita. Uma viagem no tempo desde as ‘mesas girantes’ de Hydesville, no Estado de Nova York até a atualidade, dando enfoque a presença do movimento em Goiás. Se não encontradas nas livrarias espíritas de sua cidade podem ser adquiridas na Federação Espírita do Estado de Goiás, Rua 1132, nº 242, Setor Marista, CEP 74 180 – 110. Goiânia - Goiás. Telefone (62) 3281 0200 ou http://comunicafeego.wix.com/feego


31 de março de 2014

O CRISTO CÓSMICO E OS ESSÊNIOS / Huberto Rohden – 2ª edição – São Paulo: Martin Claret, 2011 – coleção obra prima de cada autor.

Trata-se de um livro póstumo. Parte dele foi encontrada entre os papéis do filósofo após sua morte e organizada pelo editor, à qual foram acrescentados textos de outros autores. Para o editor foi uma ‘tentativa do filósofo e educador Huberto Rohden de esclarecer pontos obscuros da vida de Jesus, o Cristo’ do período menos conhecido do Mestre abrangendo sua vida entre os 12 e 30 anos, ignorados pelos evangelhos canônicos. O editor nos brinda com uma concisa caminhada do ‘livro’ no tempo e no espaço, um texto com dados biográficos do filósofo e a relação de suas obras. O livro é fascinante da primeira a última frase, tão fascinante como a ‘planta dormente na semente’, e justificativo: ‘Se nunca ninguém se realizara plenamente, como poderíamos ansiar por nossa autorrealização?’ Uma viagem pelos escritos essênios do Mar Morto, na planície de Qumran; nos rastros de Cristo Cósmico; pela visão de Paulo de Tarso; pelo Evangelho de Tomé, recentemente descoberto no Egito; pelo Evangelho apócrifo de Tiago; nos Atos de João; pelo semblante de Jesus na História e no Evangelho. O Cristo Cósmico e os Essênios, uma doce sinfonia celestial que alimente a alma e silenciam as dúvidas.

Luiz Humberto Carrião

EURÍPEDES, o espírito e o compromisso / Corina Novelino, psicografia de Alzira Bessa França Amui. Sacramento – MG, 3ª edição. Editora Esperança e Caridade, 2010.

Corina Novelino certa feita foi convidada por dona Maria Modesta para assumir a administração do ‘Lar da Criança’, na cidade mineira de Uberaba. Indecisa, buscou auxilio junto à espiritualidade superior na cidade de Pedro Leopoldo, através do médium Chico Xavier. Relatam seus biógrafos que lá chegando, a sala onde trabalhava o médium estava repleta de pessoas, como ela, em busca de ajuda. Parou e elevou seus pensamentos ao Senhor, uma vez consciente que como os demais deveria esperar a sua vez de ser atendida, se não naquele dia, no seguinte. Mas, por outro lado vinha de longe buscar um conselho sobre o convite de dona Maria Modesto. Todos em silêncio quando Chico chamou pelo seu nome e lhe entregou um bilhete no qual estava escrito: ‘Corina, você é a minha última esperança em Sacramento’. Dobrou aquele pedaço de papel, colocou-o junto ao peito, olhou para Jesus numa estampa colocada numa das paredes da sala, e com os olhos lacrimejados agradeceu e saiu para dar continuidade à obra de seu professor de quem na adolescência fora aluna, e naquele momento, atuando como professora no Colégio Alan Kardec em que estudara, em Sacramento, fundado por Eurípedes. Corina não conhecia Chico, e nem Chico conhecia Corina. Sob a orientação espiritual de Eurípedes deu continuidade a sua obra ‘evangelizadora de espíritos’, oportunidade em que nos legou o livro Eurípedes – o homem e a missão – e, após o desencarne, Corina juntou-se ao mestre onde vibra na maior sintonia junto aquele a quem aprendeu respeitar, seguir e amar. É com essa sintonia e com esse amor, que Corina nos lega pelas mãos de Alzira Bessa França Amui, a obra ‘Eurípedes, o espírito e o compromisso’, onde penetra com profundidade na vida, obra e pensamento de espírito de notável evolução, e com ele, no âmago da mensagem do Cristo: ‘ Jesus veio anunciar o novo caminho, nos ensinado como caminhar. Suas palavras eram lições de vida eterna; precisaríamos compreendê-las, para que através dela nos pudéssemos modificar’. Para Corina, Eurípedes‘ era o modelo de vida do espírito, que um dia todos haveremos de alcançar’.

Luiz Humberto Carrião.

25 de março de 2014

MÉDIUNS E MEDIUNIDADES / Cairbar Schutel, Matão – SP, 11ª edição, Casa Editora o Clarim, 2011, 136 p.

Cairbar Schutel, Eurípedes de Barsanulpho, Bezerra de Menezes encontravam-se encarnados entre os Essênios, quando da presença de Jesus (adolescente) nessa comunidade. Os Essênios eram adeptos à seita judaica homônima, que existiu na Palestina, alcançando sua identidade por volta de 142 aC, quando se retiraram para o deserto a fim de observarem as Leis Mosaicas face a Helenização da região. Caracterizados pela indumentária branca, utilizando-se de sandálias para proteger-se da areia quente do deserto, os Essênios viviam afastados da sociedade em comunidades onde, em geral, a mulher era excluída. Nessas comunidades prevalecia a coletivização dos bens, meios e modos de produção e a ausência de classes. Uma espécie de comunismo (comum + ismo) primitivo. Estudavam a Torá (livro sagrado dos judeus que deram origem aos cinco primeiros livros do Antigo Testamento), mantinham a prática do jejum, oração, e rituais de purificação. ‘A Grande Espera’ / Eurípedes de Barsanulpho, psicografada por Corina Novelino, IDE editora, retrata esse período. Cairbar, Bezerra e Eurípedes reencarnaram no Brasil para prepara-lo à encarnação de Chico Xavier, que, para alguns, trata-se da última reencarnação de Allan Kardec. Na obra Médiuns e Mediunidades, Cairbar Schoutel cumpre o papel de apresentar um resumo da obra ‘O Livro dos Médiuns’ numa linguagem acessível e de agradável leitura. Vários são os momentos em que o autor assevera não desejar substituir a obra do Codificador, mas sim, abrir as portas do interesse para com a doutrina através de estudos: ‘Da mesma forma que a Física, a Química, a Botânica, a Astronomia tem seus aparelhos apropriados, segundo a necessidade dos seus estudos, o Espiritismo tem um aparelho, um instrumento, o médium, com o qual estuda a alma e suas manifestações. É com este auxiliar indispensável que penetra no labirinto da Psicologia e da Parapsicologia para a descoberta do Novo Mundo, e o estreitamento de relações com os seus habitantes’.

Luiz Humberto Carrião . 

11 de março de 2014

GÊNESE DA ALMA / Cairbar Schutel. Matão, SP, 7ª edição, Casa Editora O Clarim, 2011.

Cairbar Schutel nasceu em 22 de setembro de 1868, na cidade do Rio de Janeiro, trabalhando na adolescência em Farmácias, e, aos 17 anos de idade, transferiu-se para o estado de São Paulo, exercendo a profissão de farmacêutico nas cidades de Piracicaba, Araraquara e Matão, nesta última, lavrou suas grandes obras e deixou registrada a sua história. Fundou em 1905 o Centro Espírita ‘Amantes da Pobreza’, atual Centro Espírita O Clarim e o Jornal O Clarim, e em 1925 a Revista Internacional de Espiritismo. Escreveu 16 obras doutrinárias.

Algures foi afirmado que o homem nasce em forma mais perfeita e complexa (estágio superior da teoria evolucionista) e retrocede as formas imperfeitas e simples (inferiores) de acordo com sua conduta moral. Pode, então, de acordo com essa tese um espírito que tenha habitado um corpo humano, reencarnar num símio, num cachorro, num asno etc. Schutel em ‘Gênese da Alma’ defende sua tese através de um caminho inverso: ‘A alma não podia deixar de ter seu começo, o seu nascimento, no reino animal, nos seres da criação, onde passou por todas as transformações indispensáveis ao seu progresso; onde as transformações indispensáveis ao seu progresso; onde evoluiu, chorando ali, trabalhando acolá, brincando além, para após essas alternativas de tristezas, de gemidos, de lutas e de alegrias, despontar na humanidade, onde mediante o seu progresso, mais esclarecida e dotada de outros atributos prepara o glorioso surto de gênio para a posse da Vida na Imortalidade [...] Todas as almas têm a mesma origem, e são destinadas ao mesmo fim; a todos o Supremo Senhor proporciona os mesmos meios de progresso, a mês luz, o mesmo amor. O cão é sempre cão, como o asno é sempre asno, mas o Espírito que anima aqueles corpos vem de longe e destina-se às esferas elevadas onde reina a felicidade; tudo tem um alvo, e acreditar que Deus criou seres inteligentes sem futuro, seria blasfemar contra a sua bondade e justiça!’ Apesar de crítico contumaz à ‘cegueira consciente e proposital’ da Igreja, dos Acadêmicos e Cientistas, Schutel se aproxima de Santo Agostinho que afirmou na Idade Média: ‘o criador não teria tido necessidade de tudo criar, incluindo o homem, mas que teria semeado na matéria sementes de razão que amadureceram ao aparecimento do ser humano’. A evolução biológica não se dissocia da evolução espiritual. Um livro de que prende, não só pelo seu valor teórico, mas também pelos exemplos em defesa de sua teoria; um livro que nos leva a reconhecer o talento de seu escrito que bebeu na fonte francesa, inglesa, russa etc. Um livro que clama amor e respeito aos animais. Um livro para ser lido independente de sua opção religiosa ou de fé.


Luiz Humberto Carrião (l.carriao@bol.com.br)

31 de janeiro de 2014

AS FRONTEIRAS DA REGRESSÃO: origens da consciência cósmica / Pierre Weil. – 2ª ed.- Petrópolis, RJ: Vozes, 1989.

Pierre Weil, doutor em Psicologia pela Universidade de Paris, criou em 1987 a pedido do então governador de Brasília, José Aparecido de Oliveira, a Universidade Holística Internacional com a fundação da Cidade de Paz, que tem como primordial missão desenvolver uma ação educacional que dissemine a visão holística. A palavra ‘holos’ do grego significa inteiro, composto. A ‘visão holística’ objetiva conhecer o ‘Todo’, suas ‘Partes’, e como estas se integram para formar esse ‘Todo’. Como assevera o filósofo e professor Huberto Rohden, ‘O Universo nunca é só Uno, nem só Verso – é sempre Universo’.

As fronteiras da regressão é um livro que busca analisar um fenômeno chamado por uns de Experiência mística, por outros de Transcendental, Cósmica, Oceânica, Transpessoal, psicodélica, etc. Para o autor, ‘a experiência cósmica seria um retorno à unidade fundamental, uma experiência fusional de caráter regressivo’ em níveis: pós-uterino, intrauterino e pré-uterino.

Vários são os problemas colocados em evidência: relações entre alucinação e realidade, entre psicose e experiência mística, os limites da psicanálise (que são os limites da regressão), a noção de pseudofusão, relação entre psicanálise e psicologia transpessoal, e entre evolução e regressão.

O livro aborda também a utilização de drogas (psicofarmacologia) como a Mescalina e o LSD (Dietilamida Ácido Lisérgico), uma das mais potentes substâncias alucinógenas conhecidas, para abrirem as ‘portas da percepção’, aquelas que se encontram acima de nossos cinco sentidos perceptíveis. ‘As descargas emocionais observadas sob efeito do LSD são catarses somatórias de diferentes épocas da vida do indivíduo. Isto está de acordo com o conceito psicanalítico de sobredeterminação’. Segundo a experiência de Grof, todas as pessoas que atingiram este nível se abriram para dimensões espirituais e religiosas, quer fossem ateus ou marxistas.

Traz-nos uma lição: ‘a paz interior só se obtém com a morte de nossas máscaras, de nossos papéis, de nossos traumatismos neurotizantes’.

O autor deixa um questionamento interessante: ‘para que haja regressão, é preciso haver vida psíquica e, sobretudo, memória no nível atingido pela regressão’, logo...


Luiz Humberto Carrião (l.carriao@bol.com.br)

17 de janeiro de 2014

PSIQUIATRIA EM FACE DA REENCARNAÇÃO / Inácio Ferreira. - Edições FEESP. São Paulo. 1987.

O médico e escritor Inácio Ferreira exerceu o cargo de diretor clínico do Sanatório Espírita de Uberaba – MG, desde a sua inauguração em 31 de dezembro de 1933 e, através de suas pesquisas nos casos neuropsíquicos relacionados com enfermos do Sanatório introduziu a Terapia Espírita como tratamento complementar as doenças nervosas e mentais.

Neste livro, Inácio Ferreira expõe parte dessa experiência vivida com seus pacientes através de relatos de casos por ele acompanhado que leva ao mais cético a dar um passo atrás em busca de uma reflexão, embora a base de todo o trabalho desenvolvido tenha como referência a Reencarnação, que historiografa ao longo do tempo e espaço citando os Incas, Egípcios, Persas, Druídas, além de filósofos como Pitágoras, Timeu de Locres, Heródoto, Aristófanos, Sofocles, Sócrates, Apolônio de Thyana, Empédocles e Platão. Mais recente uma carta de Goethe a Wieland, a respeito de Frau Von Stein: _Só por meio da Reencarnação, posso explicar a mim mesmo o poder e a influência que esta mulher exerce sobre mim. Sim, em outro tempo, fomos marido e mulher. Como explicar porque Mozart tocava qualquer música aos 4 anos de idade e passou a compor com 8? Beethoven descobriu a geometria plana aos 12 anos? Rembrant desenhou como verdadeiro artista antes de aprender a ler? Miguel Ângelo foi técnico aos 8 anos? Henecke falou fluentemente três idiomas aos 12 anos?Hamilton conheceu o hebraico e mais 11 línguas aos 13 anos? Ericson teve aos 12 anos de idade 600 homens sob sua responsabilidade como inspetor do canal marítimo de Suez? Jaques Chrichton discutiu em latim, grego, hebraico e árabe aos 15 anos?

A Psiquiatria é uma especialidade da Medicina que se ocupa com as diferentes formas de sofrimentos mentais desde as de origem orgânica as manifestações psicológicas severas, da depressão, transtornos de personalidade até a esquizofrenia, que são tratados desde a prescrição medicamentosa até terapias, ou mesmo em consonância.

Não foi por acaso que Inácio Ferreira publica logo nas primeiras páginas mensagem de Chico Xavier, recebida em Pedro Leopoldo, na sessão pública da noite de 14.12.1951, sob o título de O LAR. Este espaço físico que transcende a esta simples definição está para a psiquiatria tal qual a infância para a psicanálise. Só que, em ambos, fatos não se restringem simplesmente a conteúdos traumáticos do passado-presente, vai mais além, nas relações de vidas passadas reencontradas em encarnações posteriores para o exercício da evolução. Neste aspecto, como foi relatado nos atendimentos relatados no livro, nem sempre a medicina humana é capaz de solucionar enfermidades, por isso, a importância de se estudar, pesquisar e divulgar esse outro lado da vida.


Luiz Humberto Carrião (l.carriao@bol.com.br)

13 de janeiro de 2014

UMA JANELA PARA KARDEC / Wilson Garcia. Eldorado e Opinião Editora. Capivari – SP. 1996.

A dicotomia no Movimento Espírita Brasileiro apresenta de um lado uma ortodoxia tomando como referência a Codificação elaborada por Allan Kardec às vezes chegando ao fundamentalismo, e de outro, aquele que ao contrário, defende a postura de que todo e qualquer estudo ou publicação que possa acrescer à doutrina e às suas práticas são válidas. É esse o ponto de partida de Wilson Garcia nesta obra advertindo sobre a possibilidade do uso da mediunidade como ‘um instrumento de divulgação atabalhoada de teorias e informações duvidosas, assentadas na crença de que os Espíritos que com eles trabalham são – pelo simples fato de serem Espíritos – seres insuspeitos e não podem ser contrariados’. Dentre vários questionamentos encontra-se o que acredita ser Francisco Cândido Xavier a encarnação de Allan Kardec.

Um exemplo dessas obras à margem da Codificação, o autor cita aquela coordenada por Jean Baptiste Roustang, cuja pedra angular é a defesa da tese de um corpo fluídico a Jesus Cristo o que o diferia dos demais seres humanos. Escreve na página 22: ‘Roustaing morreu na França, ele e seus livros, que jamais passaram de uma única edição. Os seus discípulos se rebelaram contra Kardec e mantiveram a divulgação da nefasta obra por algum tempo, até que ela foi transportada para o Brasil, onde ganhou as benesses da Federação Espírita Brasileira.

Outro ponto defendido pelo autor trata-se em relação à Maçonaria: Esta e o Espiritismo ‘são instituições guardiães e disseminadoras do conhecimento, profundamente comprometidas com a moral e a ética’. Faz uma revelação aos leigos de que ‘a Fraternidade Branca dos maçons é a representação dos seres invisíveis dos espíritas.

Wilson Garcia faz uma breve historiografia do Movimento Espírita no Brasil onde tece crítica à falta de unidade, o que de certa forma tem prejudicado a divulgação da doutrina em terras brasileiras, às vezes, se posicionando favorável à ortodoxia dentro do Movimento.


Luiz Humberto Carrião (l.carriao@bol.com.br)

EURÍPEDES BARSANULFO – o apóstolo da caridade – Jorge Rizzini. Edições Correio Fraterno. São Bernardo do Campo – SP. 1981.

Mais uma obra a biografar esse espírito de escol que juntamente com Bezerra de Menezes e Cairbar Schutel reencarnaram no Brasil com o intuito de preparar a vinda de Francisco Cândido Xavier, o nosso Chico, que alguns autores dentro do Movimento Espírita o identificam como a encarnação de Allan Kardec. Um livro que referencia uma psicografia de Xavier pelo espírito de Hilário Silva sobre um encontro entre Eurípedes de Barsanulfo e Jesus, o que leva a supor que Bezerra (Lisandro), Schutel (Josafá) e Eurípedes (Marcos) conviveram com Jesus, na sua adolescência, na seita judaica conhecida como Essênios, narrada no livro ‘A grande espera’ - psicografado por Corina Novelino e de autoria de Eurípedes Barsanulfo (espírito), pela IDE Editora, 2008.

Uma obra baseada em fontes escritas (documentos e livros) e orais (depoimentos de pessoas que conviveram com Barsanulfo) o livro traz revelações extraordinárias, como por exemplo, o porquê o ‘seo’ Mogico não colocou o seu sobrenome nos filhos e nem mesmo em sua esposa quando do enlace matrimonial; a determinação de sua mãe, dona Meca, de no dia seguinte ao seu sepultamento dar continuidade à sua obra; de sua elegância; sua conversão ao espiritismo; sua atividade como médium, professor e farmacêutico; a fundação do Colégio Allan Kardec em Sacramento; o debate público com o padre Yague; os processos enfrentados na justiça mineira; e, por fim uma revelação de que Eurípedes foi uma encarnação de São Francisco de Assis.

O livro também descreve 35 casos mediúnicos envolvendo o biografado, além de um traço interessante entre Eurípedes de Barsanulfo e Francisco de Assis: a simplicidade com que viveram em suas passagens no planeta Terra e a maneira simples como desejaram ser enterrados.


Luiz Humberto Carrião (l.carriao@bol.com.br)

12 de janeiro de 2014

CHICO XAVIER – a reencarnação de Allan Kardec / Carlos A. Baccelli – Uberaba – MG: Livraria Edições Pedro e Paulo, 2005.

O presente livro apresenta uma tese de elabora discussão no Movimento Espírita brasileiro – Seria Chico Xavier a reencarnação de Allan Kardec?  Um dos primeiros a levantar essa hipótese foi o presidente da Sociedade de Medicina e Espiritismo do Rio de Janeiro, Arthur Messena, na década de 1970. Adelino da Silveira, de São José do Rio Preto, São Paulo, em seu livro ‘Kardec prossegue’ reafirma a tese de Messena: Kardec e Chico são a mesma pessoa. São contestados por Wilson Garcia em ‘Uma janela para Kardec’, Editora Eldorado & Opinião Espírita, 1996. Em referencia ao primeiro, Garcia desqualifica sua tese por fazê-la na qualidade de presidente da SMERJ, justificando que Messena não é médico e sim jornalista que se intitula pesquisador; sobre o segundo, Garcia diz tratar-se de uma pessoa declaradamente ‘Chiquista’, e que, o fez com o objetivo de tornar pública sua opinião. Garcia se junta àqueles que atribuem a última encarnação de Chico Xavier a Dona Maria, a Louca, rainha de Portugal.

Carlos A. Baccelli elenca uma série de justificativas para sua afirmação: desde uma advertência de um dos guias do codificador, relatada em Obras Póstumas, até a análise da Obra Mediúnica de Chico Xavier que, através de uma linguagem coloquial, deu em ‘O Consolador e Religião dos Espíritos’ – um natural desdobramento ao ‘Livro dos Espíritos’; ‘Nos domínios da Mediunidade e Seara dos Médiuns’ desdobrou o “Livro dos Médiuns’; na ‘obra evangélica de Emmanuel’ o ‘Evangelho segundo o Espiritismo”; ‘Céu e Inferno’ em ‘Ação e Reação e Justiça Divina’; em ‘Evolução em dois mundos’ a “Gênese’, além de toda série de André Luiz”. 

Para Baccelli a obra de Kardec e Chico ‘se completam e, uma é importante para que melhor se compreenda a outra. Um fato para o qual Baccelli chama a atenção é o fato de Kardec jamais ter escrito uma só linha pelas mãos de Chico. Sempre que questionado a respeito de ser a encarnação do Codificador, Chico desconversava.


Luiz Humberto Carrião (l.carriao@bol.com.br)