Pierre Weil, doutor em Psicologia
pela Universidade de Paris, criou em 1987 a pedido do então governador de
Brasília, José Aparecido de Oliveira, a Universidade Holística Internacional
com a fundação da Cidade de Paz, que tem como primordial missão desenvolver uma
ação educacional que dissemine a visão holística. A palavra ‘holos’ do grego
significa inteiro, composto. A ‘visão holística’ objetiva conhecer o ‘Todo’,
suas ‘Partes’, e como estas se integram para formar esse ‘Todo’. Como assevera
o filósofo e professor Huberto Rohden, ‘O Universo nunca é só Uno, nem só Verso
– é sempre Universo’.
As fronteiras da regressão é um
livro que busca analisar um fenômeno chamado por uns de Experiência mística,
por outros de Transcendental, Cósmica, Oceânica, Transpessoal, psicodélica,
etc. Para o autor, ‘a experiência cósmica seria um retorno à unidade fundamental,
uma experiência fusional de caráter regressivo’ em níveis: pós-uterino, intrauterino
e pré-uterino.
Vários são os problemas colocados
em evidência: relações entre alucinação e realidade, entre psicose e
experiência mística, os limites da psicanálise (que são os limites da regressão),
a noção de pseudofusão, relação entre psicanálise e psicologia transpessoal, e
entre evolução e regressão.
O livro aborda também a
utilização de drogas (psicofarmacologia) como a Mescalina e o LSD (Dietilamida
Ácido Lisérgico), uma das mais potentes substâncias alucinógenas conhecidas, para
abrirem as ‘portas da percepção’, aquelas que se encontram acima de nossos
cinco sentidos perceptíveis. ‘As descargas emocionais observadas sob efeito do
LSD são catarses somatórias de diferentes épocas da vida do indivíduo. Isto está
de acordo com o conceito psicanalítico de sobredeterminação’. Segundo a
experiência de Grof, todas as pessoas que atingiram este nível se abriram para
dimensões espirituais e religiosas, quer fossem ateus ou marxistas.
Traz-nos uma lição: ‘a paz
interior só se obtém com a morte de nossas máscaras, de nossos papéis, de
nossos traumatismos neurotizantes’.
O autor deixa um questionamento
interessante: ‘para que haja regressão, é preciso haver vida psíquica e, sobretudo,
memória no nível atingido pela regressão’, logo...
Luiz Humberto Carrião
(l.carriao@bol.com.br)
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