18 de dezembro de 2013

EURÍPEDES DE BARSANULFO de Roma a Sacramento / Geraldo Peixoto de Luna – Uberaba-MG: Livraria Espírita Edições Pedro e Paulo. 2007.

Geraldo Peixoto de Luna nasceu em Bodocó-PE, sendo o caçula de uma série de 12 irmãos do casal Francisco Peixoto de Luna e de Carolina Maria Peixoto, sendo o único que conseguiu ir além do curso primário, bacharelando em Economia (1967) e em Direito (1972, pela Universidade Federal do Paraná, em Curitiba. Em 1981 aprovado em concurso publico para Promotor de Justiça e Juiz de Direito, optando pelo exercício da magistratura onde aposentou-se. Iniciou-se há muitos anos na Doutrina Espírita com sua esposa estendendo a todos os quatro filhos.

Em fevereiro de 2001 como participante da Caravana da Paz, organizada por José Luiz de Matos Gomes, da Casa do Caminho, de Londrina-PR, liderada por Hugo Gonçalves, à cidade mineira de Sacramento, tomou conhecimento sobre a obra de Eurípedes de Barsanulfo, bem como, conheceu as sobrinhas deste, Heigorina, Neoni Cunha e depois, Ionete e Maria que lhe desnudara a vida.

Em Notas dirigidas aos leitores afirma ‘Não se tratar de uma biografia do Grande Eurípedes. Apenas e simplesmente uma pesquisa e algumas considerações mais dirigidas a quem sabe pouco ou quase nada – como antes era o nosso caso – desse espírito de escol, enfatizando vidas pretéritas'.

O historiador Flávio Josefo, uma testemunha privilegiada da Palestina do primeiro século, por conseguinte, do nascimento do cristianismo, historiografou com detalhes a existência de uma comunidade de homens livres, que não possuíam escravos e nem empregados. Alguns convivendo em família, outros celibatários, vestidos com uma túnica branca, usando sandálias, para os quais os Anjos tinham um papel fundamental em suas vidas. Não existiam somente às margens do Mar Morto, onde no ano de 1947, um pastor de ovelhas descobriu os Manuscritos a eles atribuídos, que ficou conhecido como ‘Manuscritos do Mar Morto’, mas, também na Palestina, Egito e Síria. Edgar Cayse, famoso vidente americano, afirma que Maria, José, João Batista e o próprio Jesus pertenceram à seita conhecida como os ESSÊNIOS que, juntamente com os Saduceus e Fariseus subdividiam-se dentro do Judaísmo.

Em sua iniciação o noviço passava por um período de um ano de experiência, quando era observado atentamente até seguir ao segundo passo. Em sendo aprovado tornava-se membro da Comunidade Essênia.

Jesus (Raboni: título judaico: mestre) entre os 12 e 14 anos conviveu com três 3 vultos do espiritismo que reencarnaram no Brasil: Bezerra de Menezes (Lisandro), Eurípedes de Barsanulfo (Marcos) e Caibar Schutel (Josafá). As pesquisas também revelam que Bezerra de Menezes foi o Evangelista Lucas.

Eurípedes, à essa época havia sido educação por Ignácio, discípulo de João Evangelista, grande pregador da Antióquia e o primeiro espírito a comunicar com Eurípedes de Barsanulfo na pequena Sacramento.

Eurípedes foi contemporâneo de Lucas pregando na região da Palestina. Foi também o escravo Rufos, no século III e outros grandes missionários até encarnar-se em Zurich, em 1741, como Johann Kaspar Lavater, filósofo e cientista suíço, e, depois numa encarnação como um simples lenhador às margens do Rio Borá, no Triângulo Mineiro e, em primeiro de maio de 1880, reencarnou como Eurípedes Barsanulfo.

Bezerra de Menezes (1831 – 1900), Caibar Schoutel (1868 – 1930) e Eurípedes de Barsanulfo (1880 – 1918) aqui encarnaram para preceder e preparar as bases cristãs para a reencarnação no Brasil de Hyppolite Léon Denizard Rivail, Allan Kardec como Francisco Cândido de Paula, Chico Xavier.

Em 2002, a Revista Espírita ‘O Mensageiro’ localiza na cidade mineira de Uberlândia, Bráulio Alves de Oliveira, à época com 112 anos, que havia sido aluno do professor Eurípedes de Barsanulfo, no Colégio Allan Kardec, na cidade de Sacramento, a quem o repórter pediu ao entrevistado para falar de algum caso interessante sobre o mestre. Depois de dizer que foram muitos, dezenas, centenas deles, contou aquele que na hora lhe ocorreu, envolvendo a mediunidade de cura: um homem que morava numa fazenda foi até o ‘seo’ Eurípedes buscar remédios para a sua mulher que estava doente. Recebeu o medicamento e, no retorno para casa, disse para consigo mesmo: ‘isso aqui é água pura, não vai valer pra nada; vou jogar isso fora e encher o vidro com outra água, para ver o que acontece’. E, assim fazendo, deu a água para a mulher que, para sua surpresa, acabou melhorando. Noutra ocasião, precisou voltar para buscar outro medicamento, no que foi atendido por ‘seo’ Eurípedes. Só que quando este lhe entregou o remédio disse: ‘olhe, você não vai jogar esse remédio fora, como você fez da outra vez, porque sua mulher realmente está precisando tomar este medicamento.

Eurípedes Barsanulfo - de Roma a Sacramento - na sua humildade o auto afirma não tratar-se de uma grande biografia do grande missionário espírita de Sacramento. Pode até ser, mas é um livro de necessária leitura por parte de todos aqueles que simpatizam ou professam a doutrina espírita.


Luiz Humberto Carrião (l.carriao@bol.com.br)

14 de dezembro de 2013

CONSCIÊNCIA EMERGENTE – as obsessões complexas e a importância do autoconhecimento / Agnaldo Paviani (médium) pelo espírito de José Lázaro. Sintonia Editora. Votuporanga-SP. 2011.

Agnaldo Paviani nasceu em lar espírita, Valentim Gentil-SP, casado e pai de quatro filhos, como profissão a pintura industrial. Aos 14 anos de idade assumiu a direção da reunião mediúnica do Centro Espírita Caminho de Damasco, aos 15 a Associação Beneficente homônima, e, aos 17 iniciou a divulgação da doutrina através de palestras e seminários. Atualmente além da associação também dirige o Centro de Convivência Infanto-Juvenil Benedita Pimentel. Médium psicográfico, com 8 livro publicados, e orador espírita. Destina toda renda obtida com a venda dos livros psicografados, CDs, DVDs, em prol da manutenção do Centro de Convivência que atende atualmente 150 crianças e adolescentes com cursos profissionalizantes, reforço escolar, esporte e quatro refeições diárias.

José Lázaro intitula-se um espírito-espírita que considera o Espiritismo o Consolador prometido por Jesus. Apesar disso, não admite, de forma alguma, não considerar os excelentes ‘serviços’ que outras filosofias religiosas vêm prestando à Causa do Cristo. Neste sentido, externa seu profundo respeito a todas as filosofias religiosas ou não, que contribuem para a paz no Planeta. Assevera que, por questões obvias, aqueles que trabalham em segmentos espíritas e espiritualistas deveriam: Ter conhecimento profundo sobre magnetismo; Ter conhecimento sobre como trabalham os elementais; Não ter preconceitos em relação ao trabalho dos Pretos Velhos; e, Ter conhecimento sobre o que é o Fluído Cósmico Universal. Assim, terão mais chances de curar a si mesmos e auxiliar na cura de outrem nas chamadas obsessões complexas. Aquele que não investe no conhecimento das próprias sombras projeta em outros seus conflitos e frustrações; Aquele que não se perdoa cai nas malhas da culpa e da autopunição; Aquele que não se conforma e se revolta com os limites cerceadores impostos pela própria vida, demonstra grande arrogância. Adverte! Nós, espíritos que trabalhamos em parceria com os encarnados, ficamos sempre na dependência de uma maior maturidade espiritual por parte dos médiuns, para que tenhamos êxito no trabalho. Porém, volta a asseverar: sepultar as sombras íntimas sem antes aceitá-las, compreendê-las é o mesmo que confundir estados letárgicos com a morte. Em geral, o homem que se habitua a fazer o bem, acredita que seu lado sombra, de certa forma, morreu. Ou seja, está sepultado e nele só existe luz. A grande maioria está equivocada. Após esse sepultamento, essa força, esse ser, esse outro de você, acordará e fará muito barulho e estardalhaço para sair da sepultura. Nessa hora, vocês terão que aceitar o fato de que a sombra íntima estava apenas em estado letárgico. Essa sombra íntima não é propriamente nossa inimiga, mas parte de nós mesmos. Nosso objetivo, portanto, não deve ser de tentar destruir essa sombra, mas sim aceitá-la sem permitir que ela destrua nossa vida. Um espelho embaçado não pode refletir com nitidez uma imagem. Assim é a mediunidade. O ‘embaçamento’ emocional e psíquico do médium altera significativamente o teor das palavras do espírito comunicante.

Como repórter nos traz a notícia de que a ideia do Universalismo Crístico é um dos projetos em andamento e tem como objetivo unir as criaturas e as religiões em torno das ideias cristãs, porém, faz uma ressalva: em relação ao movimento espírita, notamos claramente uma dificuldade na aplicação prática das palavras ALTERIDADE e SOLIDARIEDADE. Ou seja, não há uma união, nem mesmo entre os trabalhadores da Casa Espírita, nem tampouco entre as casas espíritas. Aqueles que abraçaram a proposta de UNIFICAÇÃO já a estão divulgando em vários lugares. sabem quando necessário deixar de lado normas estatutárias para ajudar o próximo, mesmo que esta ajuda seja considerada antidoutrinária.

Abre um parêntese para chamar a atenção de espiritualistas e principalmente dos espíritas:

Não se permitam acomodar no que tange às pesquisas e estudos sobre a vida fora da matéria mais densa. Há muita coisa ainda ignorada por aqueles que acreditam tudo saber sobre o plano espiritual.

Não sejam tão conservadores, tenham coragem de pesquisar, de admitir que não sabem. Libertem-se dessa arrogância imbecil que faz com que acreditem tudo saber sobre o mundo dos espíritos.

Kardec, André Luiz e tantos outros trouxeram para os encarnados apenas parte da verdade. Há ainda muita coisa a ser explicada e compreendida.

Abram a mente, coloquem-se na condição de aprendizes e não de ‘supostos professores’. Líderes, Presidentes de Centros Espíritas, Oradores, Formadores de Opinião... Aprofundem seus estudos. Grande parte do que existe além da vida, ainda é um enigma a ser desvendado.

Com todo respeito aos romances mediúnicos – muitos deles uma ‘novelinha’ onde tudo acaba bem no final -, é hora de falar das Trevas, de trazer à tona os planos nefastos dos Senhores da Maldade. Consolar é necessário, esclarecer as pessoas é ainda mais importante.

Não se acomodem não se permitam a prática de um Espiritismo estagnado, preso a preconceitos, escravizados pelas normas de diretoria.

É hora de agir! É hora de descer de cima do muro!


Luiz Humberto Carrião (l.carriao@bol.com.br)

12 de novembro de 2013

MEDIUNIDADE E ANIMISMO, um diálogo entre o médium e o espírito. Carlos A. Bacelli e Odilon Fernandes: Livraria Espírita Edições Pedro e Paulo. Uberaba-MG. 2010.

Carlos Antônio Bacelli é uberabense, odontólogo e aposentado da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, dirigente da instituição ‘Pedro e Paulo’ de amparo a idosos em sua cidade natal, onde mantém suas atividades de seareiro psicógrafo. 

Odilon Fernandes, desencarnado em 1973, na cidade de Uberaba-MG, onde exerceu a odontologia e o magistério universitário. ‘Espírita por religião e pesquisador por convicção’ aprofundando nas diversas áreas do conhecimento da mente: Parapsicologia, Psicologia Experimental e Vida Extracorpórea.

Mediunidade e Animismo – um diálogo entre o médium e o espírito – trata-se de uma obra onde o médium Carlos A. Bacelli trabalha 509 perguntas sobre a doutrina espírita com respostas do espírito de Odilon Fernandes, dando ênfase a questão do animismo. Livro que propõe uma discussão sobre esse tema de grande debate dentro da doutrina. Odilon Fernandes dá um novo olhar ao mesmo quando afirma que ‘o animismo, como se convencionou conceber, não existe. É um mito que precisamos nos empenhar em demolir’. Para o espírito comunicante, ‘onde existe mediunidade, não existe animismo’.

Quando perguntado pelo médium na pergunta 448 ‘voltando a questão do animismo, o médium pode receber uma mensagem de si mesmo, oriunda de uma personalidade que animou em existência anterior’ responde: ‘Pode. Camille Flammarion era a reencarnação de Galileu Galilei e deve-se a ele grande parte das páginas constantes de “A Gênese”, uma das cinco obras básicas da Codificação’. Na pergunta 451 o médium pergunta: ‘Flammarion então, por vezes, era médium de si mesmo? Resposta: ‘Era, como tantos outros o são’.

Mediunidade e Animismo é um livro que não se prende ao tema de seu título, em absoluto, dá uma abrangência doutrinária, sobre o Movimento Espírita e a conduta de médiuns. Uma obra a ser estudada, debatida entre aqueles que procuram enriquecer conteúdo. Perguntas diretas e respostas sem prolixidade. Um livro essencial à biblioteca de uma Seara Espírita.

Luiz Humberto Carrião (l.carriao@bol.com.br)

4 de novembro de 2013

PSICOLOGIA & ESPIRITISMO, Carlos Toledo Rizzini. O Clarim. Matão – SP. 2003.

Carlos Toledo Rizzini (1921 – 1992) nascido na cidade de Monteiro Lobato – SP, filho de pais espíritas, casado com a pintora carioca Cecília Rizzini, pai de sete filhos, formado em medicina em 1947 na Faculdade de Ciências Médicas de Rio de Janeiro, dedicando-se posteriormente à Botânica no Jardim Botânico desta cidade, chegando ao cargo de seu diretor. Foi membro da Academia Brasileira de Ciências. Considerado um dos grandes cientistas brasileiro com várias obras publicadas no Brasil, em inglês e alemão. Seareiro do Centro Espírita Aliança do Divino Pastor, no Jardim Botânico e do Centro Espírita Cristófilos, em Botafogo. Respeitabilíssimo palestrante da doutrina espírita. Nascido em 18 de abril – data do lançamento do Livro dos Espíritos – e desencarnado em 3 de outubro – data do aniversário de Allan Kardec -.

Até o final do século passado as pesquisas sobre doenças do comportamento atuavam em duas categorias, - neurose e psicose - onde a primeira, dá consciência ao indivíduo – embora fugindo do controle -, e a segunda, - com perda de noção da realidade -. Se por um lado o neurótico tem consciência de seus atos, o psicótico não.

Neste contexto, os fenômenos mentais ou psíquicos são considerados produtos da atividade do cérebro para os materialistas, e do espírito, pelos espiritualistas. Também, várias as divisões dentro da psicologia, a ciência que estuda esses fenômenos. Exemplo: a psicanálise trabalha com os processos que passam na profundidade da mente ao qual o indivíduo nem sempre tem noção lúcida; já o behaviorismo (condutismo) só se interessa pelas respostas do organismo aos estímulos externos, desprezando todos os fatos da vida psíquica por considerá-los inacessíveis à experimentação.

Trabalhando na linha que a medicina espírita possui uma peculiaridade - as moléstias psíquicas ou mentais - responsabilizando-se à medicina terrena as doenças orgânicas, com relação a Freud, opõe a teoria de que os traumas da adolescência e adultez provem de questões relacionadas a infância, substituindo 'a fase infantil' por questões relacionadas à vidas passadas.

Dedica um capítulo – Algo sobre ansiedade – p. 146/165, escrevendo muito próximo do traço borderline - Transtorno de Personalidade Limítrofe – descrito no Manual DSM-IV como um padrão invasivo de instabilidade dos relacionamentos interpessoais, afetos, autoimagem e acentuada impulsividade. Utilizo-me da palavra ‘traço’ para estar em consonância com a médica psicanalista Ana Beatriz Barbosa Silva, em Corações Descontrolados: O ‘estar border’ pode ser facilmente compreendido por qualquer um de nós que já sofre uma frustração; o ‘parecer border’ já implica uma maneira de ser e agir que lembra a personalidade borderline, mas essas pessoas não preenchem os critérios diagnósticos necessários para serem portadoras do transtorno propriamente dito, e, ‘ser border’ é possuir no mínimo cinco dessas características:

1) Impulsividade potencialmente perigosa em pelo menos duas áreas. Ex: gastos excessivos, promiscuidade, direção perigosa, abuso de drogas, compulsão alimentar, etc.

2) Ira inapropriada e intensa ou dificuldade para controlá-la.

3) Instabilidade afetiva devido a uma grande reatividade do estado de humor.

4) Ideias paranoides transitórias relacionadas a estresse ou sintomas dissociativos graves.

5) Alterações de identidade: instabilidade acentuada do e resistente da autoimagem ou do sentimento do self.

6) Um padrão de relações interpessoais instáveis e intensas.

7) Esforços frenéticos para evitar um abandono real ou imaginário.

8) Ameaças, gestos ou comportamentos suicidas recorrentes ou comportamentos de automutilação: 90% dos borderlines irão cometer uma tentativa de suicídio e, desses, 10% serão bem-sucedidos.

9) Sentimento crônico de vazio.

Referencia T. Rossini, em A Nova Era, Franca-SP, 31 III 75, ‘O Espiritismo Cristão Kardecista não tem como uma de suas finalidades a preocupação de curar enfermidades, por serem estas de competência da medicina terrena’. Acentua que o objetivo dele ‘é contribuir para a transformação dos povos’. Finalmente, assevera o autor ‘que Jesus prometeu enviar um Consolador e não um curador; que prometeu alívio e não cura’ (Mt 11:28).

Luiz Humberto Carrião (l.carriao@bol.com.br)

26 de outubro de 2013

PLENITUDE, Ariston S. Teles pelo espírito de Chiang. Livree. Sobradinho-DF. 1991.

Explicação: Chiang-Ching – foi este o som que eu ouvi quando a Entidade que assina este livro se me apresentou pela primeira vez no Centro Espiritual Monte Alverne, aqui em Brasília, em setembro de 1988. Na ocasião escreveu uma página e depois passou a comunicar-se nas reuniões de quarta-feira na Casa Espírita de Flores. Embora tenha sido visto várias vezes por outros médiuns de nosso Grupo, jamais nos passou qualquer dado autobiográfico. Sua mensagem é o retrato que temos. (médium)

Temos conhecimento de Chiang-Sing que foneticamente muito se aproxima de Chiang-Ching, porém, a palavra ‘visto’ dá uma referência masculina à entidade manifestante. Mas não é demais escrevermos aqui que Chiang-Sing foi o pseudônimo jornalístico usado por Glycia Modesta de Arroxellas Galvão, com o qual se notabilizou na imprensa brasileira. Nascida no Rio de janeiro em 1924, filha de célebres jornalistas e neta do barão de Apa, estudou no Colégio Sacre Couer de Marie, onde recebeu esmerada educação completada por uma preceptora alemã, com a qual aprendeu vários idiomas. Com a morte dos pais viajou pelo exterior percorrendo mais de trinta países dentre eles China, Índia, Tibete, Egito, Senegal, Japão e grande parte da Europa. De volta ao Brasil traduziu em livros a experiência adquirida pelo mundo. A mais famosa de suas obras é Nefertit e os mistérios sagrados do Egito, onde narra de maneira magistral a influência dessa princesa do reino do Mitani, que foi enviada ao faraó Amenóphis III em relações diplomáticas. O esplendor de sua beleza e jovialidade fez com que fosse destinada a esposar o faraó regente, Amenóphis IV, também conhecido como Ikanaton. Consoante a toda uma mística religiosa egípcia onde Nefertit teve uma participação decisiva na implantação do monoteísmo solar, narra todo o processo de iniciação faraônica, bem como a beleza da história de amor entre Nefertit e Ikanaton. Outras obras como: Mistérios e magias do Tibete, Lendas do Celeste império, Jade vermelho – contos mágicos, Embelezamento natural, As lendárias viagens de Marco Polo, Paz profunda como Yoga, Yoga para a mulher, Segredos dos sonhos, Conheça seu signo no Egito, Receitas tradicionais da cozinha chinesa, Receitas tradicionais da cozinha indiana, Receitas tradicionais da cozinha japonesa, A essência as sabedoria de Confúcio, A magia das estrelas, Ikebana – arte japonesa para arranjo de flores, Cura com Yoga e plantas medicinais, Nosso corpo perfeito pela Yoga, Yoga da alimentação, A flauta de Lin-Tsu, e a tradução de Filosofia Yogui da vida de H. Carrington completam o acervo da escritora.

Tenho como hábito ler o livro próximo ao computador aonde vai resenhando-o para a postagem no blog. Num dado momento, inseguro sobre o que havia escrito de Chiang-Sing imaginei o quão seria bom uma certeza de minha intuição através de um texto que pudesse identificá-la. Eis que logo a seguir deparo-me com um título Renovação, um diálogo entre Chen-Hu-Lin e Kin-Sung. Presente o oriente tão cantado em seus livros. Se não trouxe a certeza, ao menos firmou a coragem para a postagem deste texto.

Plenitude é um livro que contém lições para reflexões diárias. Em seu design gráfico um espaço para o comentário do leitor sobre a lição.

Lição: Saiba ser

Ter – saber – ser
Três situações da consciência. São contíguas e interligadas ao mesmo tempo.
O ter está diretamente relacionado com o ego. Aprisiona o espírito nas grades do orgulho e da vaidade.
O saber traz luzes ao horizonte mental, esclarecendo e infundindo responsabilidade.
O ser é o patamar da liberdade e oferece paz interior.
A descoberta e a vivência do ser, em constante esforço de auto-superação, desenvolve as potencialidades da centelha divina.
É assim que a consciência se expande e o Universo se descortina luminoso.
O ter e o saber tornam-se, então, instrumentos do ser nos labores do dia a dia.
O ser renasce a cada renúncia ao ter e a cada mergulho na alma do saber.
Ter – saber – ser, faixas de experiência e ascensão, degraus para a luz.

***
Fragmentos

‘A morte não altera a substância, apenas muda a forma’.

‘Os seres desencarnados que encontram possibilidades de manifestação intelectual na Terra, pelas vias de mediunidade, quando gozam da acentuada lucidez – fruto de amadurecimento evolutivo – conseguem naturalmente visualizar aspectos mais amplos da verdade universal, embora nem sempre seja possível exprimir em palavras o pensamento’.

‘Não se deve confundir o belo com o feio. A feiura ou a beleza das coisas pode ser projeção de sua sensibilidade’.

‘Alto e baixo é questão de perspectiva’.

‘O homem ainda não conhece o que está dentro dele’.

‘Muitos se prendem às coisas transitórias como sendo eternas, enquanto se ligam às coisas eternas como se fossem transitórias’.

‘O mergulho nas vidas sucessivas é exercício de libertação da consciência na matéria densa’.

‘O trabalho consciente na reconstrução da felicidade geral é terapia para todos os males’.

‘O progresso é impulso da vida, só não progride o que está morto’.

‘Refletir é sentir na alma o que os olhos ou a mente observa’.

‘Mistério é aquilo que ainda não foi descoberto’.

‘O reino da felicidade está dentro de cada ser; portanto é uma descoberta individual e interior’.


Luiz Humberto Carrião (l.carriao@bol.com.br) 

COSMORAMA, Huberto Rohden. Martin Claret. São Paulo. 1990.

Cosmorama é um livro que contextualiza a temática iniciada no ocidente por Platão, seguida por Thomas Morus, Tommasso Campanella e Burrhus Frederic Skinner no sentido de descrever uma sociedade ideal sob o ponto de vista de cada um deles.

Após um naufrágio, o autor recobra os sentidos numa ilha onde os seus habitantes são conhecidos como ‘cosmorama’, localizada no Oceano Pacífico, entre a América e a Ásia,  tendo como capital a cidade de nome Filadélfia, cujo significado é ‘amor fraterno’. Os Cósmicos pertencem a uma civilização contemporânea da desaparecida Atlântida que, como sobreviventes daquela hecatombe têm como missão trazer aos Telúricos o conhecimento da verdade integral, para que também entre estes seja proclamado o reino d’Ele, como foi entre aqueles.

É descrito pela orientadora, interprete e mestra Iris como um povo longevo que vive em harmonia com o Infinito não conhecendo decrepitude senil; vive em pleno vigor físico e mental até que em seu corpo expire a última fração de energia e o organismo para. A morte não é doença. O organismo para, porque é chegado o seu tempo de parar. A morte é um processo tão natural e inevitável como o nascimento e a vida. Se não houvesse morte orgânica não haveria vida em evolução ascendente. A verdade continua Iris, é que a vida é uma só, sempre a mesma, embora passe por diversos estágios de evolução. Começa aqui, num corpo material, e continua alhures em outro corpo. Respondendo a uma pergunta de Delfos, nome dado por Iris ao hóspede de Cosmorama, conclui: O corpo material se transforma num corpo imaterial, cada vez mais sutil e idôneo, consoante as experiências superiores que a alma colher.

Na presença do grande Rajah o visitante toma conhecimento do porque de sua presença naquela ilha. Estava ali para iniciar-se na alma da Verdadeira Libertação, o Logos feito espírito tomando-o (corporalmente) como habitat. Despertando nele o Eu humano, que é divino. Como falar de tamanha beatitude sem tê-la experimentado? Neste mesmo encontro recebeu a notícia de que, terminado o estágio, haveria o visitante de retornar a Terra e com ele a mensagem do espírito d’Ele que ali viveu. Isto, acompanhado de uma explicação do Rajah: só se sabe o que se vive. O que não viveu não se sabe e nem pode despertar em outros, o que se sabe. O hóspede de Cosmorama tinha experimentado o que é ser corpo e alma, simultaneamente, ao contrário do existente na Terra, onde os materialistas fazem do homem um corpo sem alma (cadáver) e o espiritualista, reduz-no a uma alma sem corpo (fantasma). Foi alertado das dificuldades que teria para levar a mensagem de Cosmorama aos Telúricos, mas essa era a partir de então a sua missão.

De volta a Terra encontra um mundo totalmente adverso à comunhão cósmica em que se encontrava na Ilha de Cosmorama. A surpresa veio por conta de um grupo de pessoas mestres de ofício de roupas, sapatos, sandálias e outros objetos para suas necessidades, que o saudou com a frase: ‘A paz esteja contigo, irmão’! Isto aguçou sua curiosidade sobre qual religião professava. Enquanto batia a sola de um sapato, um jovem respondeu: _irmãos anônimos da Fraternidade Branca. Ao proferir o nome da Ilha visitada após o naufrágio, uma indagação de um dos membros do grupo: _Ah! Tu também és cidadão de Cosmorama? Um susto. Voltou-se para uma jovem e perguntou se ela conhecia esse paraíso perdido na vastidão do oceano. _Não é um paraíso perdido na vastidão do oceano. Ele está dentro de nós. O reino de Deus não é um lugar, alguma ilha longínqua, é um estado de alma, é consciência divina dentro do homem, é a sua vida sintonizada com o infinito. Somos todos náufragos também, continuou a jovem, sem primeiro naufragar ninguém entra na plenitude da vida. O naufrágio é outra coisa senão a morte da ilusão e o nascimento da verdade. Dizia o mestre: se o grão de trigo não morrer focará estéril – mas, se morrer produzirá muitos frutos’...

Bendito e louvado seja Deus! - exclamou o naufrago, com as mãos postas e o olhar voltado para o céu.


Luiz Humberto Carrião (l.carriao@bol.com.br)

24 de outubro de 2013

REUNIÕES MEDIÚNICAS - curso de estudos sobre reuniões mediúnicas / Organizado e apostilado pelo Centro Espírita Allan Kardec (Campinas – SP), Capivari. – São Paulo: EME Editora, 1994

Dividido em cinco unidades, sendo as quatro primeiras relacionadas a orientação teórica e prática do Espiritismo para as reuniões mediúnicas, com 31 lições, abordando temas como: mediunidade e doutrina espírita, importância do método e do estudo prévio, reuniões doutrinárias espíritas, reunião mediúnica espírita, o trato com os espíritos, reuniões mediúnicas especializadas. Uma quinta unidade com seis lições abordando práticas não espíritas como: defumação e incenso, banhos de defesa, novenas e promessas, talismãs e amuletos, imagens e altares, velas, vestes especiais, a existência do mal feito (existe o mal feito?), espiritismo e umbanda, os espíritas e o casamento e um estudo sobre o batismo, assuntos pouco tratados na literatura do movimento espírita brasileiro. Interessante que, cada aula, segue de exercícios de fixação de conteúdo e como sugestão ampla bibliografia para aprofundamento das lições.

Uma obra de profunda utilidade para estudos nas casas espíritas, bem como, de maneira individual, para trabalhadores espíritas e estudiosos sobre o assunto.

Luiz Humberto Carrião (l.carriao@bol.com.br)

22 de outubro de 2013

ATUALIDADE ESPÍRITA, Américo Nunes Filho, Aureliano Alves Netto e Celso Martins. Matão – São Paulo. Casa Editora O Clarim. 1996

Abril de 1996. Lá se vão além 13 anos a existência dessas páginas reunidas sob o título de ATUALIDADE ESPÍRITA, trazendo em sua composição 34 textos, eu diria lições, com o propósito elucidativo e reflexivo sobre temas considerados, à época, atuais. Diria que passado 13 anos, continuam atualíssimos.

Como não considerar atual o tema Materialismo versus Espiritismo diante do neoateísmo levado a efeito pelo professor Richard Darkins? A Ecologia, no momento em que cientistas assumem a manipulação de dados estatísticos de pesquisa para atender interesses maiores? A discussão sobre a proposta da pena de morte diante da violência de proporções animalescas país afora? Brasil acorda e levanta! Como explicar a força de um 'Estado Marginal' paralelo ao 'Estado Constitucional' promovido pelo crime em todas suas formas e performance? O aborto sendo debatido por ONGs, Imprensa e Congresso Nacional sem a participação da sociedade? Além, de vários outros temas sedentos de esclarecimento. Atualidade Espírita veio como uma vela acesa na escuridão trazendo a Luz que, apesar dos anos passados desde sua edição, continua atualíssimo.

Frases marcantes extraídas dos textos:

A matéria é pura energia. Matéria, no sentido de corpo sólido, compacto, impenetrável, não existe. (p. 16)

O Universo começa a parecer mais um grande pensamento do que uma grande máquina. (p. 17)

A alma dorme na pedra. Sonha na planta. Espreguiça-se no animal. Acorda no homem. (p. 24)

Quantas vezes olhando para as pessoas, aparentemente desventuradas, em locais pobres e sem higiene, senti certa revolta. Eles, ignorantes e desprovidos da arte de curar, traziam saúde em seus corpos físicos. Outros encarcerados nos presídios, ostentando saúde perfeita. E eu? Por quê? (p. 39)

Tirai o egoísmo do homem e fareis dele uma pedra: ele não terá mais razão para praticar o bem, nem o mal. O egoísmo é a única determinante da ação humana. (p. 47)

Em Fortaleza: Mãe! Não aguento mais dormir sem jantar e acordar sem tomar café. Vou roubar. A frase, repetida pelo menino Eudes, 13 anos, custava sempre uma surra da mãe, Maria Joaquina Silva, moradora da favela do Pirambu.  (p. 77)

Airton ouve diariamente histórias como a de Eudes. Mas não esquece a de Anselmo, de quatro anos, que no delírio da fome, na noite antes de morrer, perguntou à mãe, Joana Matias: Mãe, no céu tem pão? (p. 77)

A sopa de legumes é bem feita, mas os recém-chegados ao submudo dos ‘lascados’ aderem com relutância: ‘só vim aqui porque estou passando fome’, confessou Antonio Carlos, um processador de dados que sabe falar alemão e trabalhou na Auto Latina. Humilhado, ele não revela seu sobrenome, nem se deixa fotografar. (p. 79)

[...] não basta reprimir o crime nem punir o criminoso, mas é indispensável, antes de tudo prever o problema, criar condições sociais para evitar a progressão da criminalidade em todas as suas formas. (p. 106)

Se não houvesse vida fora do túmulo, não teria sentido a vida antes da morte.  (p. 115)

Os espíritas não acendem velas para as almas, tampouco para seu anjo de guarda. Não cantam hinos especiais nem cobram honorários na prática mediúnica. Não jogam búzios ou leem cartas, bolas de cristal, mãos alheias para adivinhar, inclusive nos astros ou nos mapas astrológicos, o porvir de quem quer que seja. Não há no meio espírita nenhuma hierarquia. Nenhum sacerdócio organizado. Não batizamos crianças, nem oficializamos casamentos religiosos. (p. 133)

Operações invisíveis [...] atuam sobre o perispírito e posteriormente sobre o corpo denso.  (p. 135)

A Doutrina Espírita explica que o mal existe porque foi criado pelo próprio homem, que diante do seu livre-arbítrio opta pelo caminho não iluminado. (p. 159)


O carrasco pode suprimir o criminoso, porém a miséria mantém o crime. (p. 217)

Luiz Humberto Carrião (l.carriao@bol.com.br)

13 de outubro de 2013

ESPIRITISMO

O Espiritismo é uma ciência que trata da natureza, origem e destino dos Espíritos, bem como de suas relações com o mundo corporal. (Alan Kardec)

O Espiritismo não possui dono, fundadores humanos, chefes encarnados, guias ou médiuns oficiais. (Carlos Peppe)

A possibilidade de comunicação (mediunismo) entre o mundo de cá (visível) e o mundo de lá (invisível) deu ao Espiritismo um caráter universal, onde em sua base cristã um Jesus (humano) se auto-realizou através do Cristo (Cósmico) abrindo todos os horizontes possíveis rumo ao propósito maior, a Evolução.

Sobre essa universalização nos ensina Peppe, que os espíritos podem, nas sucessivas reencarnações, não só habitar os diversos países, como desempenhar funções sociais muito diversificadas, de acordo com os seus interesses maiores. [...] No ocorrer do tempo, variam no fluir das inúmeras reencarnações progressivas, de tal maneira que, em hipótese alguma, podemos classificar um espírito, em definitivo, apenas por uma só de suas vidas carnais, e, sobre o exemplo da auto-realização, esclarece Huberto Rohden que no quarto Evangelho e nas epístolas de Paulo de Tarso, esse Logos (na vulgata Verbo) se revelou em forma humana, aparecendo como Verbo Encarnado, o Cristo Telúrico, sem, contudo deixar de ser o Logos, o Cristo Cósmico.

Santo Agostinho (354 – 430) considerado pela Igreja como o Santo dos sábios e o sábio dos Santos, assevera em duas de suas cento e vinte obras que o criador não teria tido necessidade de tudo criar, incluindo o homem, mas que teria semeado na matéria sementes de razão que amadureceram ao aparecimento do ser humano. À luz do evolucionismo, essa opinião é um vislumbre de gênio, concluem os professores Girard e Quadros.

A Teoria Evolucionista sustenta que as espécies superiores provieram das inferiores num processo lento e gradual possibilitando a passagens de formas imperfeitas (simples) a formas mais perfeitas (complexas) em busca da perfeição, que acontece na medida em que há uma transformação nas espécies causada por fatores internos (genéticos) e externos (ambiente) a essas espécies.

Como que em mundos que se completam um passa por processo evolutivo e o outro não?

Estudos de H. G. Wells mostram que não basta acentuar a semelhança física entre os monos superiores (chimpanzés, gorilas, orangotango) e o homem. Ela não é circunscrita, em absoluto, a estrutura física onde ambos possuem unhas ao invés de garras, mãos preênseis com um dedo (polegar) oposto aos demais dedos, pernas e braços, fêmeas com períodos menstruais, um só par de seios, seus esqueletos não são iguais apenas no plano geral, mas também se correspondem osso por osso; a forma dos dentes molares é exatamente similar, a face e as expressões dos monos são quase humanas; também circunscrevem essas semelhanças ao comportamento. Basta observar uma mãe orangotango com o seu filhinho ou um jovem chimpanzé brincando num Zoológico para que haja a comprovação. Poderia se afirmar com base nessas premissas que o homem veio do macaco? NÃO. O homem não veio do macaco, mas através do macaco. Como a água não vem da torneira e sim através da torneira. A palavra ‘de’ indica causa ao passo que o vocábulo ‘através’ indica apenas uma condição, um canal ou veículo por onde o efeito flui. Nenhum efeito pode ser maior que sua causa, diz a lógica, assevera Rohden.  Sobre o ‘mundo espiritual’ nos esclarece os espíritos de Altino e André Luiz, na tradução espiritual de R. A. Ranieri, que, cada um, no momento em que nasce o Espírito, inicia o seu trabalho de evolução ou então estaciona no tempo, permanece na ignorância ou se perde em si mesmo, e começa a cair em si mesmo, no próprio interior de sua alma. Tem tudo para subir ou descer, crescer ou estacionar e até desaparecer como individualidade. [...] depois que o Ser deu a partida inicial não retorna mais. Evoluir, instruir, progredir sempre e amar eternamente, essa é a Lei do lado de cá!... Na Terra é que o Ser se dá ao luxo de parar eventualmente... Aqui, evoluir, trabalhar, amar é a Lei. Perdoar é obrigação e necessidade. [...] o Ser, depois que, através da evolução, atinge o estado hominal e conquista a razão, inicia a marcha evolutiva para alcançar a angelitude, e depois prossegue ao encontro da razão divina.

O homem, segundo o autor de Fenômeno Humano, Pierre Teilhard de Chardin, escreve Rohden, começou sua jornada evolutiva na esfera da matéria; daí passou para a esfera da vida; depois ingressou na zona da inteligência, onde se encontra agora. Mas Chardin sabe, não por investigação empírica, mas em virtude duma profunda intuição místico-metafísica, que o homem da noosfera (inteligência) de hoje vai, um dia, atingir as alturas da logosfera (razão), incorporando a inteligência analítica na razão intuitiva. A logosfera está incubada, potencialmente presente, na noosfera; um dia se dará a eclosão.

O homem é um ser pensante, tendo em sua constituição corporal todos os elementos naturais que formam este planeta. Essa criatura que transcende a matéria bruta, agora, mais do que nunca, é convidada pelas sucessivas reencarnações a desvendar sua consciência, a conhecer seu universo íntimo, a descobrir sua verdadeira essência divinal e aprender a amar seu semelhante. (Lourenço, 2009)

Referências bibliográficas:

Bruce/H. lipton e Steve/Bhaerman. Evolução espontânea. Tradução de Yma Vick. Editora Butterfay. São Paulo – SP, 2013.
Kardec, Alan. O livro dos Espíritos, tradução de José Herculano Pires. Editora EME, Capivari – SP, 1996.
Lourenço, Eduardo Augusto. O homem Transcendental. Editora do Conhecimento, Limeira – SP, 2009.
Girardi/Leopoldo Justino e Quadros/Odone José de. Filosofia. Editora EMMA. Porto Alegre – RS, 1975.
Peppe, Carlos. Espiritismo: 2º século (o sentido evolutivo da doutrinA Espírita: uma opinião). 1º fascículo. Editora Grifo
Ranieri, R. A. A 2ª Morte/obra mediúnica pelos espíritos de André Luiz e Altino. Edifrater. Guaratinguetá – SP, 1988.
Rohden, Huberto. A experiência Cósmica/Textos Inéditos. Editora Martim Claret. São Paulo – SP, 1995.
______. O Homem e o Universo. Editora Alvorada. São Paulo – SP, 1982.
______. Setas para o infinito. Editora Alvorada. São Paulo – SP, 1982
Wells, H. G. A ciência da vida vol III – Evolução dos seres vivos – tradução de Almir de Andrade. Livraria José Olympio Editora. Rio de Janeiro, 1941.  

Luiz Humberto Carriao (l.carriao@bol.com.br)

5 de outubro de 2013

A EXPLICAÇÃO CIENTÍFICA DO ESPIRITISMO, Waldemar Leandro, 1ª edição, São Paulo, LAKE, 1985.

Depoimento de um magistrado e ex-professor de direito 

De início o autor se declara criado no catolicismo praticante, e que, casado com uma espírita, ao acompanhá-la em sua casa de prece, logo sentiu os mecanismos da mediunidade. Num primeiro instante sua reação foi de repulsa, levando-o a um afastamento. Incontinenti, apareceram perturbações que provocaram sua volta. Foi quando obteve explicações que estas eram consequências da interrupção de um desenvolvimento mediúnico.

O autor diz que além de idoso era cardíaco, o que levou a uma indagação aos espíritos e a resposta foi de que ‘nunca é tarde para trabalhar’. Procurou uma Casa de orientação Kardecista mais próxima de sua residência e aguardou uma convocação espontânea de orientadores carnais e espirituais. Não demorou muito para ser intuído por um pensamento interior, como ele mesmo declara, de modo coercitivo, que dizia ‘vai escrever livros espíritas’.

Uma ligação entre as mensagens compreende que se não possuía condições para trabalhar numa vertente, mas poderia fazê-la em outra. Foi assim que se lançou na seara da literatura espírita, aliás, com habilitação, uma vez que já havia escrito mais de uma dezena de obras de natureza jurídica.

É uma obra fruto de uma extensa pesquisa bibliográfica. Considera o Espiritismo uma ciência e não uma religião, citando o Repertoire Du Spiritisme, página 305, de onde também acrescenta, ‘a vantagem do Espiritismo é de não estar atado a nenhuma religião. É de atrair homens esclarecidos e de todos os cultos’.

Traz uma informação pouco divulgada ‘que na Inglaterra a mediunidade de cura (tratamento e cirurgias) é agasalhada por Lei do Parlamento. Os médiuns ou cirurgiões desencarnados, atuando pelos medianeiros viventes, agem livremente. O agente, da Terra, não precisa ser necessariamente formado em medicina; porque são os operadores as entidades do espaço, sós, ou em equipe. E, aquele país possui uma civilização milenar. É a guarda avançada do Espiritismo’, p. 52.


Luiz Humberto Carrião (l.carriao@bol.com.br)  

2 de outubro de 2013

APRENDENDO

Uma música suave. Tão suave a voz da intérprete, Nana Mouskouri. A noite embora grande parte ocupada com a leitura, foi deveras tonificante, o corpo estava agradecido. Enquanto fazia o asseio matinal meditava sobre o blog criado, Mundos Ignotos. Esse mundo que as pessoas dão como produto da imaginação, mas que é pura realidade. A ciência tem cada vez mais, aproximado de maneira acadêmica sobre ele. Shakespeare a cada dia é lembrado na assertiva que existem mais coisas entre o céu e a terra, que nossa vã filosofia possa imaginar. Na pia do banheiro meio que exigia uma prova desses Mundos Ignotos para que não tornasse o espaço na internet como simples arquivo de resenhas de livros, texto opinativos, ou comentários a cerca de algum 'mundo'.

O sol encontrava-se meio que tímido. O sabiá fazia com o seu canto um contraponto à divina voz de Nana Mouskouri. O cheiro de livros impregnou-me as narinas quando da abertura da biblioteca. Coloquei sobre a mesa o rádio AM, FM, 8 ondas para ouvir o exterior. É!... aprendi isso com o Taiguara. Não importa se você esteja entendo ou não o que o locutor fala; se você está compreendendo os versos da poesia que completa aquela música ou não. O importante dizia, é estar em contato com uma cultura diferente da sua. A música? Está sim, é de entendimento universal. Não precisa ser poliglota para entendê-la. Basta ouvi-la. Mas voltamos ao meu companheiro inseparável, o rádio. Companheiro dos dias e noites no lugar onde as luzes da cidade não apagam o brilho das estrelas, a roça. Nele uma entrada para pendrive. Ali é que absorvo toda a musicalidade durante minhas leituras e escrituras.

Vou até uma das estantes, e, aleatoriamente puxo um livro, PALAVRAS DE VIDA ETERNA – Francisco Cândido Xavier, pelo espírito de Emmanuel. Abro-o, página 206/207, lição 95,

APRENDENDO

“Tornai-vos, pois, praticantes da palavra e não somente ouvintes, enganando-vos a vós mesmos”, (Tiago, 1:22).

Cada vez que as circunstâncias te induzam a ouvir as verdades do Evangelho, não admitas que o acaso esteja presidindo a semelhantes eventos. Forças ocultas estarão acionando a oportunidade, a fim de que te informes quanto ao seu próprio caminho.

Não te faças, pois, desatento, porquanto, a breve espaço, serás naturalmente chamado pela vida para testemunhar.

Observa a escola e as disciplinas com que se formam determinados profissionais.

Acadêmicos de medicina ouvem lições para cuidar os doentes ou auxiliá-los; estudantes de Engenharia escutam ensinamentos para que os apliquem à técnica das construções no plano terrestre; contabilistas gastam tempo de modo a garantirem a sustentação do comércio, na arte de fazer contas; tecelões assimilam princípios, em torno de certas máquinas, para atenderem, oportunamente, à indústria do fio...

Qualquer estudo nobre é aquisição inapreciável, mas se mora estanque, na alma de quem aprende, assemelha-se a pão escondido aos que choram de fome.

Ouvir, sim, os preceitos da Espiritualidade Superior, mas agir, segundo nos orienta, porque, se sabemos e não fazemos o que o bem nos ensina, melhor fora não saber, para não sermos tributados, com taxas de maior sofrimento, nas grades da culpa.

Luiz Humberto Carrião (l.carriao@bol.com.br) 

1 de outubro de 2013










Uma Catedral vale mais pelo silêncio de seu vazio, que pela multidão dogmática de seus fiéis.