22 de outubro de 2013

ATUALIDADE ESPÍRITA, Américo Nunes Filho, Aureliano Alves Netto e Celso Martins. Matão – São Paulo. Casa Editora O Clarim. 1996

Abril de 1996. Lá se vão além 13 anos a existência dessas páginas reunidas sob o título de ATUALIDADE ESPÍRITA, trazendo em sua composição 34 textos, eu diria lições, com o propósito elucidativo e reflexivo sobre temas considerados, à época, atuais. Diria que passado 13 anos, continuam atualíssimos.

Como não considerar atual o tema Materialismo versus Espiritismo diante do neoateísmo levado a efeito pelo professor Richard Darkins? A Ecologia, no momento em que cientistas assumem a manipulação de dados estatísticos de pesquisa para atender interesses maiores? A discussão sobre a proposta da pena de morte diante da violência de proporções animalescas país afora? Brasil acorda e levanta! Como explicar a força de um 'Estado Marginal' paralelo ao 'Estado Constitucional' promovido pelo crime em todas suas formas e performance? O aborto sendo debatido por ONGs, Imprensa e Congresso Nacional sem a participação da sociedade? Além, de vários outros temas sedentos de esclarecimento. Atualidade Espírita veio como uma vela acesa na escuridão trazendo a Luz que, apesar dos anos passados desde sua edição, continua atualíssimo.

Frases marcantes extraídas dos textos:

A matéria é pura energia. Matéria, no sentido de corpo sólido, compacto, impenetrável, não existe. (p. 16)

O Universo começa a parecer mais um grande pensamento do que uma grande máquina. (p. 17)

A alma dorme na pedra. Sonha na planta. Espreguiça-se no animal. Acorda no homem. (p. 24)

Quantas vezes olhando para as pessoas, aparentemente desventuradas, em locais pobres e sem higiene, senti certa revolta. Eles, ignorantes e desprovidos da arte de curar, traziam saúde em seus corpos físicos. Outros encarcerados nos presídios, ostentando saúde perfeita. E eu? Por quê? (p. 39)

Tirai o egoísmo do homem e fareis dele uma pedra: ele não terá mais razão para praticar o bem, nem o mal. O egoísmo é a única determinante da ação humana. (p. 47)

Em Fortaleza: Mãe! Não aguento mais dormir sem jantar e acordar sem tomar café. Vou roubar. A frase, repetida pelo menino Eudes, 13 anos, custava sempre uma surra da mãe, Maria Joaquina Silva, moradora da favela do Pirambu.  (p. 77)

Airton ouve diariamente histórias como a de Eudes. Mas não esquece a de Anselmo, de quatro anos, que no delírio da fome, na noite antes de morrer, perguntou à mãe, Joana Matias: Mãe, no céu tem pão? (p. 77)

A sopa de legumes é bem feita, mas os recém-chegados ao submudo dos ‘lascados’ aderem com relutância: ‘só vim aqui porque estou passando fome’, confessou Antonio Carlos, um processador de dados que sabe falar alemão e trabalhou na Auto Latina. Humilhado, ele não revela seu sobrenome, nem se deixa fotografar. (p. 79)

[...] não basta reprimir o crime nem punir o criminoso, mas é indispensável, antes de tudo prever o problema, criar condições sociais para evitar a progressão da criminalidade em todas as suas formas. (p. 106)

Se não houvesse vida fora do túmulo, não teria sentido a vida antes da morte.  (p. 115)

Os espíritas não acendem velas para as almas, tampouco para seu anjo de guarda. Não cantam hinos especiais nem cobram honorários na prática mediúnica. Não jogam búzios ou leem cartas, bolas de cristal, mãos alheias para adivinhar, inclusive nos astros ou nos mapas astrológicos, o porvir de quem quer que seja. Não há no meio espírita nenhuma hierarquia. Nenhum sacerdócio organizado. Não batizamos crianças, nem oficializamos casamentos religiosos. (p. 133)

Operações invisíveis [...] atuam sobre o perispírito e posteriormente sobre o corpo denso.  (p. 135)

A Doutrina Espírita explica que o mal existe porque foi criado pelo próprio homem, que diante do seu livre-arbítrio opta pelo caminho não iluminado. (p. 159)


O carrasco pode suprimir o criminoso, porém a miséria mantém o crime. (p. 217)

Luiz Humberto Carrião (l.carriao@bol.com.br)

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