Abril de 1996. Lá se vão além
13 anos a existência dessas páginas reunidas sob o título de ATUALIDADE
ESPÍRITA, trazendo em sua composição 34 textos, eu diria lições, com o propósito
elucidativo e reflexivo sobre temas considerados, à época, atuais. Diria que
passado 13 anos, continuam atualíssimos.
Como não considerar atual o tema
Materialismo versus Espiritismo diante do neoateísmo levado a efeito pelo professor
Richard Darkins? A Ecologia, no momento em que cientistas assumem a manipulação
de dados estatísticos de pesquisa para atender interesses maiores? A discussão sobre a proposta da pena de
morte diante da violência de proporções animalescas país afora? Brasil acorda e levanta! Como explicar a força de um 'Estado Marginal' paralelo ao 'Estado Constitucional' promovido pelo crime
em todas suas formas e performance? O aborto sendo debatido por ONGs, Imprensa e Congresso Nacional sem a participação da sociedade? Além,
de vários outros temas sedentos de esclarecimento. Atualidade Espírita veio como uma vela acesa na escuridão trazendo a Luz que, apesar dos anos passados desde sua edição, continua atualíssimo.
Frases marcantes extraídas dos
textos:
A matéria é pura energia.
Matéria, no sentido de corpo sólido, compacto, impenetrável, não existe. (p.
16)
O Universo começa a parecer
mais um grande pensamento do que uma grande máquina. (p. 17)
A alma dorme na pedra. Sonha
na planta. Espreguiça-se no animal. Acorda no homem. (p. 24)
Quantas vezes olhando para as
pessoas, aparentemente desventuradas, em locais pobres e sem higiene, senti
certa revolta. Eles, ignorantes e desprovidos da arte de curar, traziam saúde
em seus corpos físicos. Outros encarcerados nos presídios, ostentando saúde
perfeita. E eu? Por quê? (p. 39)
Tirai o egoísmo do homem e
fareis dele uma pedra: ele não terá mais razão para praticar o bem, nem o mal.
O egoísmo é a única determinante da ação humana. (p. 47)
Em Fortaleza: Mãe! Não aguento
mais dormir sem jantar e acordar sem tomar café. Vou roubar. A frase, repetida
pelo menino Eudes, 13 anos, custava sempre uma surra da mãe, Maria Joaquina
Silva, moradora da favela do Pirambu. (p. 77)
Airton ouve diariamente
histórias como a de Eudes. Mas não esquece a de Anselmo, de quatro anos, que no
delírio da fome, na noite antes de morrer, perguntou à mãe, Joana Matias: Mãe,
no céu tem pão? (p. 77)
A sopa de legumes é bem feita,
mas os recém-chegados ao submudo dos ‘lascados’ aderem com relutância: ‘só vim
aqui porque estou passando fome’, confessou Antonio Carlos, um processador de
dados que sabe falar alemão e trabalhou na Auto Latina. Humilhado, ele não
revela seu sobrenome, nem se deixa fotografar. (p. 79)
[...] não basta reprimir o crime
nem punir o criminoso, mas é indispensável, antes de tudo prever o problema,
criar condições sociais para evitar a progressão da criminalidade em todas as
suas formas. (p. 106)
Se não houvesse vida fora do
túmulo, não teria sentido a vida antes da morte. (p. 115)
Os espíritas não acendem velas
para as almas, tampouco para seu anjo de guarda. Não cantam hinos especiais nem
cobram honorários na prática mediúnica. Não jogam búzios ou leem cartas, bolas
de cristal, mãos alheias para adivinhar, inclusive nos astros ou nos mapas
astrológicos, o porvir de quem quer que seja. Não há no meio espírita nenhuma
hierarquia. Nenhum sacerdócio organizado. Não batizamos crianças, nem oficializamos
casamentos religiosos. (p. 133)
Operações invisíveis [...]
atuam sobre o perispírito e posteriormente sobre o corpo denso. (p. 135)
A Doutrina Espírita explica
que o mal existe porque foi criado pelo próprio homem, que diante do seu
livre-arbítrio opta pelo caminho não iluminado. (p. 159)
O carrasco pode suprimir o criminoso,
porém a miséria mantém o crime. (p. 217)
Luiz Humberto Carrião (l.carriao@bol.com.br)
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