31 de março de 2014

O CRISTO CÓSMICO E OS ESSÊNIOS / Huberto Rohden – 2ª edição – São Paulo: Martin Claret, 2011 – coleção obra prima de cada autor.

Trata-se de um livro póstumo. Parte dele foi encontrada entre os papéis do filósofo após sua morte e organizada pelo editor, à qual foram acrescentados textos de outros autores. Para o editor foi uma ‘tentativa do filósofo e educador Huberto Rohden de esclarecer pontos obscuros da vida de Jesus, o Cristo’ do período menos conhecido do Mestre abrangendo sua vida entre os 12 e 30 anos, ignorados pelos evangelhos canônicos. O editor nos brinda com uma concisa caminhada do ‘livro’ no tempo e no espaço, um texto com dados biográficos do filósofo e a relação de suas obras. O livro é fascinante da primeira a última frase, tão fascinante como a ‘planta dormente na semente’, e justificativo: ‘Se nunca ninguém se realizara plenamente, como poderíamos ansiar por nossa autorrealização?’ Uma viagem pelos escritos essênios do Mar Morto, na planície de Qumran; nos rastros de Cristo Cósmico; pela visão de Paulo de Tarso; pelo Evangelho de Tomé, recentemente descoberto no Egito; pelo Evangelho apócrifo de Tiago; nos Atos de João; pelo semblante de Jesus na História e no Evangelho. O Cristo Cósmico e os Essênios, uma doce sinfonia celestial que alimente a alma e silenciam as dúvidas.

Luiz Humberto Carrião

EURÍPEDES, o espírito e o compromisso / Corina Novelino, psicografia de Alzira Bessa França Amui. Sacramento – MG, 3ª edição. Editora Esperança e Caridade, 2010.

Corina Novelino certa feita foi convidada por dona Maria Modesta para assumir a administração do ‘Lar da Criança’, na cidade mineira de Uberaba. Indecisa, buscou auxilio junto à espiritualidade superior na cidade de Pedro Leopoldo, através do médium Chico Xavier. Relatam seus biógrafos que lá chegando, a sala onde trabalhava o médium estava repleta de pessoas, como ela, em busca de ajuda. Parou e elevou seus pensamentos ao Senhor, uma vez consciente que como os demais deveria esperar a sua vez de ser atendida, se não naquele dia, no seguinte. Mas, por outro lado vinha de longe buscar um conselho sobre o convite de dona Maria Modesto. Todos em silêncio quando Chico chamou pelo seu nome e lhe entregou um bilhete no qual estava escrito: ‘Corina, você é a minha última esperança em Sacramento’. Dobrou aquele pedaço de papel, colocou-o junto ao peito, olhou para Jesus numa estampa colocada numa das paredes da sala, e com os olhos lacrimejados agradeceu e saiu para dar continuidade à obra de seu professor de quem na adolescência fora aluna, e naquele momento, atuando como professora no Colégio Alan Kardec em que estudara, em Sacramento, fundado por Eurípedes. Corina não conhecia Chico, e nem Chico conhecia Corina. Sob a orientação espiritual de Eurípedes deu continuidade a sua obra ‘evangelizadora de espíritos’, oportunidade em que nos legou o livro Eurípedes – o homem e a missão – e, após o desencarne, Corina juntou-se ao mestre onde vibra na maior sintonia junto aquele a quem aprendeu respeitar, seguir e amar. É com essa sintonia e com esse amor, que Corina nos lega pelas mãos de Alzira Bessa França Amui, a obra ‘Eurípedes, o espírito e o compromisso’, onde penetra com profundidade na vida, obra e pensamento de espírito de notável evolução, e com ele, no âmago da mensagem do Cristo: ‘ Jesus veio anunciar o novo caminho, nos ensinado como caminhar. Suas palavras eram lições de vida eterna; precisaríamos compreendê-las, para que através dela nos pudéssemos modificar’. Para Corina, Eurípedes‘ era o modelo de vida do espírito, que um dia todos haveremos de alcançar’.

Luiz Humberto Carrião.

25 de março de 2014

MÉDIUNS E MEDIUNIDADES / Cairbar Schutel, Matão – SP, 11ª edição, Casa Editora o Clarim, 2011, 136 p.

Cairbar Schutel, Eurípedes de Barsanulpho, Bezerra de Menezes encontravam-se encarnados entre os Essênios, quando da presença de Jesus (adolescente) nessa comunidade. Os Essênios eram adeptos à seita judaica homônima, que existiu na Palestina, alcançando sua identidade por volta de 142 aC, quando se retiraram para o deserto a fim de observarem as Leis Mosaicas face a Helenização da região. Caracterizados pela indumentária branca, utilizando-se de sandálias para proteger-se da areia quente do deserto, os Essênios viviam afastados da sociedade em comunidades onde, em geral, a mulher era excluída. Nessas comunidades prevalecia a coletivização dos bens, meios e modos de produção e a ausência de classes. Uma espécie de comunismo (comum + ismo) primitivo. Estudavam a Torá (livro sagrado dos judeus que deram origem aos cinco primeiros livros do Antigo Testamento), mantinham a prática do jejum, oração, e rituais de purificação. ‘A Grande Espera’ / Eurípedes de Barsanulpho, psicografada por Corina Novelino, IDE editora, retrata esse período. Cairbar, Bezerra e Eurípedes reencarnaram no Brasil para prepara-lo à encarnação de Chico Xavier, que, para alguns, trata-se da última reencarnação de Allan Kardec. Na obra Médiuns e Mediunidades, Cairbar Schoutel cumpre o papel de apresentar um resumo da obra ‘O Livro dos Médiuns’ numa linguagem acessível e de agradável leitura. Vários são os momentos em que o autor assevera não desejar substituir a obra do Codificador, mas sim, abrir as portas do interesse para com a doutrina através de estudos: ‘Da mesma forma que a Física, a Química, a Botânica, a Astronomia tem seus aparelhos apropriados, segundo a necessidade dos seus estudos, o Espiritismo tem um aparelho, um instrumento, o médium, com o qual estuda a alma e suas manifestações. É com este auxiliar indispensável que penetra no labirinto da Psicologia e da Parapsicologia para a descoberta do Novo Mundo, e o estreitamento de relações com os seus habitantes’.

Luiz Humberto Carrião . 

11 de março de 2014

GÊNESE DA ALMA / Cairbar Schutel. Matão, SP, 7ª edição, Casa Editora O Clarim, 2011.

Cairbar Schutel nasceu em 22 de setembro de 1868, na cidade do Rio de Janeiro, trabalhando na adolescência em Farmácias, e, aos 17 anos de idade, transferiu-se para o estado de São Paulo, exercendo a profissão de farmacêutico nas cidades de Piracicaba, Araraquara e Matão, nesta última, lavrou suas grandes obras e deixou registrada a sua história. Fundou em 1905 o Centro Espírita ‘Amantes da Pobreza’, atual Centro Espírita O Clarim e o Jornal O Clarim, e em 1925 a Revista Internacional de Espiritismo. Escreveu 16 obras doutrinárias.

Algures foi afirmado que o homem nasce em forma mais perfeita e complexa (estágio superior da teoria evolucionista) e retrocede as formas imperfeitas e simples (inferiores) de acordo com sua conduta moral. Pode, então, de acordo com essa tese um espírito que tenha habitado um corpo humano, reencarnar num símio, num cachorro, num asno etc. Schutel em ‘Gênese da Alma’ defende sua tese através de um caminho inverso: ‘A alma não podia deixar de ter seu começo, o seu nascimento, no reino animal, nos seres da criação, onde passou por todas as transformações indispensáveis ao seu progresso; onde as transformações indispensáveis ao seu progresso; onde evoluiu, chorando ali, trabalhando acolá, brincando além, para após essas alternativas de tristezas, de gemidos, de lutas e de alegrias, despontar na humanidade, onde mediante o seu progresso, mais esclarecida e dotada de outros atributos prepara o glorioso surto de gênio para a posse da Vida na Imortalidade [...] Todas as almas têm a mesma origem, e são destinadas ao mesmo fim; a todos o Supremo Senhor proporciona os mesmos meios de progresso, a mês luz, o mesmo amor. O cão é sempre cão, como o asno é sempre asno, mas o Espírito que anima aqueles corpos vem de longe e destina-se às esferas elevadas onde reina a felicidade; tudo tem um alvo, e acreditar que Deus criou seres inteligentes sem futuro, seria blasfemar contra a sua bondade e justiça!’ Apesar de crítico contumaz à ‘cegueira consciente e proposital’ da Igreja, dos Acadêmicos e Cientistas, Schutel se aproxima de Santo Agostinho que afirmou na Idade Média: ‘o criador não teria tido necessidade de tudo criar, incluindo o homem, mas que teria semeado na matéria sementes de razão que amadureceram ao aparecimento do ser humano’. A evolução biológica não se dissocia da evolução espiritual. Um livro de que prende, não só pelo seu valor teórico, mas também pelos exemplos em defesa de sua teoria; um livro que nos leva a reconhecer o talento de seu escrito que bebeu na fonte francesa, inglesa, russa etc. Um livro que clama amor e respeito aos animais. Um livro para ser lido independente de sua opção religiosa ou de fé.


Luiz Humberto Carrião (l.carriao@bol.com.br)